A poesia na sala de aula

A poesia é a fala do coração. Use-a para aproximar-se do seu aluno e ajudá-lo a desenvolver o gosto e o prazer pela leitura.
A conquista nasce de um carinho, de um toque, de uma palavra certa na hora certa.
Não desperdice oportunidades. Se for preciso, crie, invente... Deixe a imaginação voar livremente.


"Sei que meu trabalho é uma gota no oceano, mas sem ele, o oceano seria menor ". Madre Teresa de Calcutá.

“Educar é como dirigir em uma estrada cheia de curvas, exige atenção redobrada, pois, à medida que avançamos, um pouco mais nos é revelado". Silvia Trevisani

"Toda mudança começa primeiro em nós".

sábado, 19 de novembro de 2011

O REI ARTHUR E OS CAVALEIROS DA TÁVOLA REDONDA

O Mago Merlin
         Há muitos e muitos anos, as ilhas Britânicas eram uma terra conhecida como Logres, rebatizada para Bretanha, em virtude da chegada dos romanos. Como era comum no seu império, Roma começou o processo de colonização da ilha, a lei e a ordem instalaram-se em sua nova colônia. Junto com o progresso, vieram também a religião cristã e seus inevitáveis conflitos com os povos pagãos, cujas crenças acreditavam nos espíritos da terra.
        Com a queda do império cerca de 400 anos depois, os romanos abandonaram a ilha, deixando à margem uma ampla vantagem para piratas europeus dominarem o território. Embora líderes se opusessem aos invasores, seu poder de revide não era suficiente. Feudos foram criados, e o povo sentia cada vez mais uma necessidade de alguém, um rei que pudesse unificar as ilhas e trazer novamente a prosperidade e à paz.       No meio de todos estes conflitos surgia um jovem de nome Uther, que começava a reunir forças contra o rei Vortigen, que manipulava saxões e dinamarqueses ao seu favor em troca da exploração da terra. Sua fama se espalhou e os feudos aos poucos iam juntando-se a seu reinado, e a Bretanha dava sinais de prosperidade futuramente.
        Dentre os que não acatavam autoridade real estava o Duque de Tintagil, da Cornualha. Uther Pendragon fez-lhe uma proposta de paz, e o duque veio até o seu castelo para acertar os detalhes desse acordo. Levou consigo sua mulher, Igraine, que era muito bonita. Tão bonita que o rei se apaixonou por ela.
         Antes que as negociações chegassem a um bom termo, o Duque de Tintagil notou a paixão de Uther por Igraine e, temendo enfrentar os cavaleiros do rei pela honra de sua mulher, resolveu partir com ela e seus homens, quando o rei soube de sua partida, se enfureceu e o chamou de volta sob ameaça de que na negativa, deflagraria a guerra. Com a resistência do Duque o rei ficou ainda mais irado e travou uma batalha feroz em  que muitos morreram de ambos os lados.
        Uther era auxiliado por um conselho de reis e cavaleiros, mas Merlin era o principal de todos eles e o ajudava em muitas ocasiões, inclusive a aproximar-se daquela que seria sua futura esposa, a Duquesa Igraine, do condado da Cornualha. Uther matou o duque com a ajuda de Merlin, para que não caísse em seus ombros a culpa do crime, com a promessa de que quando se deitasse com a duquesa, ela conceberia um filho que deveria ser entregue a ele assim que nascesse para que ele o criasse e educasse.
          Não foi difícil ao rei jurar a Merlin que assim seria feito, pois seu amor por Ingraine era imenso.
          Embora tudo florescesse como um novo amanhecer para as ilhas, logo após o menino nascer e receber o nome de Arthur, Merlin o chamou e o fez cumprir a promessa.
          O mago foi direto em sua colocação: sabia que o fim de Uther estava próximo, e temia pela vida do jovem Arthur. Tomado por grande dor, Uther concordou em que Merlin escondesse seu filho, para que pudesse reclamar o trono quando fosse chegada a hora. Não tardou até que Uther fosse acometido de uma febre que lhe ceifara a vida. Seus homens passaram a duelar entre si, e os saxões, contemplando o novo caos que se instalava, trouxeram seus exércitos, e conquistaram mais e mais postos. Arthur fora entregue sob os cuidados de Sir Hector, um nobre cavaleiro e tomado como filho adotivo.
          O tempo passou e cerca de dezoito anos depois, surge Merlin dos vales profundos da região de Gales, fazendo um caminho reto até Londres. Ao chegar, mandou uma mensagem ao arcebispo da Cantuária, que um novo rei estava para surgir, e ele seria ainda mais glorioso que Uther sequer imaginaria ser. Dias de paz se aproximavam e todos os nobres deveriam comparecer à catedral no dia do nascimento de Cristo para saber quem ele seria. E o prestígio de Merlin era tamanho que ninguém, pagão ou cristão era louco o suficiente para desfazer de suas palavras. No dia marcado, todos se encontravam dentro da catedral quando ao sair encontraram uma espada incrustada numa pedra com os seguintes dizeres:
"Aquele que arrancar da pedra essa espada será o legítimo rei de toda a Bretanha".
         E eis que muitos tentaram e nenhum deles conseguiu. Indagavam entre si quem seria capaz de fazê-lo. Merlin sugeriu um torneio, a ser realizado no ano novo, para facilitar a procura. Logo a notícia se espalhou e cavaleiros de todas as localidades convergiam até Londres, na esperança de ser aquele que conseguiria realizar a façanha. Sir Hector também viera para o torneio, e trouxera Arthur, que servia de escudeiro para Kay, seu irmão adotivo. Com o torneio prestes a começar, Kay notara uma falha imperdoável: na pressa de competir, esquecera sua espada na estalagem onde estavam.      Pediu a Arthur que fosse buscá-la sem demora, mas qual a surpresa do jovem e encontrar o local fechado, sem ninguém para abri-lo. No caminho de volta, Arthur encontrou a espada enterrada na pedra, e na pressa de ajudar Kay, não pensou muito: desceu do cavalo, puxou a espada sem muito esforço e, sem ter tempo para ler o que estava escrito na pedra, voltou rapidamente o torneio.
         Kay, ao ter a espada em mãos logo a reconheceu, e um tumulto formou-se. Ninguém acreditava que Arthur, um menino, conseguiria fazer tamanha façanha.   Voltando ao local, depositaram a espada novamente em seu lugar e todos tentaram, mais uma vez, um a um. Somente Arthur foi capaz de fazê-lo, mais uma vez, e quantas vezes foram necessárias até que o povo o aclamasse rei, e os demais, vendo que não poderiam governar com a antipatia do povo, reconheceram como Rei de toda a Bretanha.
         Para governá-la, era preciso unificá-la. Arthur, reino após reino, ia juntando aliados, derrotando inimigos e trazendo paz e esperança. Uma ordem formou-se no dia de seu casamento – A Ordem da Távola Redonda – reunindo os melhores cavaleiros de todo o reino. Juntos eles aumentavam ainda mais a popularidade e o senso de justiça do Rei Arthur. Não tardou para que a Bretanha atingisse sua meta de unificação, e o rei só não ousou adentrar mar adentro e conquistar outras terras, pois temeu por traição.
         Manter a paz era mais difícil do que conquistá-la, principalmente com conspiradores dentro do reino. Um de seus opositores era a sua Morgana, sua meia-irmã. Ela, e mais o ócio a que os cavaleiros se submeteram após a unificação das ilhas levou-os a um ostracismo tamanho, no qual intrigas da corte – o amor de Lancelot pela Rainha Guinevere, o desaparecimento de Merlin – contribuíram, para que em algum tempo, cada um tentasse rebuscar uma glória que não existia mais. A busca pelo Santo Graal – o cálice que Cristo usou em sua última ceia – foi uma tentativa nobre pelos fins, mas jamais pelos meios. Incontáveis cavaleiros perderam suas vidas nesta busca, e assim que Galahad, filho de Lancelot conseguiu arrebatá-lo, o reinado de Arthur e a ordem da Távola não passavam de simples fantasmas. A decadência tomou conta da terra que um dia se chamou Logres.
          Em batalha com seu filho Mordred, Arthur foi mortalmente ferido, e então, de forma tão majestosa como aparecera, desapareceu dos olhos humanos numa barca em direção à Avalon, uma terra mágica de onde lhe fora confiada Excalibur, a mais poderosa de todas as espadas.
         Em seu lábio, uma promessa. A de voltar quando sua terra necessitasse.
         Não foi o fim da lenda. Mas o começo.
         E no túmulo que ele foi supostamente enterrado lê-se o epitáfio:
         "Aqui jaz Arthur, rei que foi - rei que será".

Bibliografia:
LIMA, Mauro. O Rei Arthur e a Távola Redonda – Lendas de Sucesso. Ed. Escala. São Paulo-SP
MALLORY, Thomas. Os Cavaleiros da Távola Redonda - Clássicos Jovem - Ediouro Publicações. Rio de Janeiro-RJ.

Visite o espaço - click em postagens mais antigas e deixe seu comentário.

SILVIA TREVISANI

Nenhum comentário: