A poesia na sala de aula

A poesia é a fala do coração. Use-a para aproximar-se do seu aluno e ajudá-lo a desenvolver o gosto e o prazer pela leitura.
A conquista nasce de um carinho, de um toque, de uma palavra certa na hora certa.
Não desperdice oportunidades. Se for preciso, crie, invente... Deixe a imaginação voar livremente.


"Sei que meu trabalho é uma gota no oceano, mas sem ele, o oceano seria menor ". Madre Teresa de Calcutá.

“Educar é como dirigir em uma estrada cheia de curvas, exige atenção redobrada, pois, à medida que avançamos, um pouco mais nos é revelado". Silvia Trevisani

"Toda mudança começa primeiro em nós".

terça-feira, 8 de novembro de 2011

O ALUNO E A POESIA

Uma atividade interessante é trabalhar a poesia com as matérias jornalísticas, envolvendo a notícia, "o aluno e a poesia". No caso da “Rosa de Hiroshima”, por exemplo, pode-se sugerir uma analogia com o terremoto do Haiti. Quais as modificações provocadas no meio ambiente e no espaço geográfico? Em relação à saúde, o que estes dois acontecimentos colaboraram para o aumento das epidemias e pandemias?
A poesia a seguir de minha autoria, retrata os momentos de tensão vividos no estado do Rio de Janeiro, nos meses de outubro e novembro de 2010, em que o combate ao tráfico, toma grandes proporções.
                                             

Menino do morro

Menino do morro,
na lida difícil,
não pede socorro,
consegue lidar.                                                  

Menino do morro,
que brinca na laje,
foge da bala,
consegue viver.
Menino do morro,
que engana a coragem,
veste-se de mal,
consegue matar.
Menino do morro,
vive sozinho,
sem mãe sem carinho
consegue morrer.
Menino do morro...

TREVISANI, Silvia, 2009

Com base na notícia a seguir, a sugestão é que o aluno faça uma analogia entre os dois textos, apresentando um texto argumentativo com uma proposta solução.

Crime organizado

Combate ao tráfico no Rio ganha discurso de guerra

Autoridades adotam linguagem bélica para falar do conflito na zona norte


Na ocupação da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão - há décadas verdadeiros fronts da criminalidade -, o Rio de Janeiro declarou guerra ao crime organizado. Com tanques blindados, fardas camufladas e tropas em comboio, mas, acima de tudo, com uma fala afinada das autoridades. Favela virou “território”; tiroteio, “batalha”; policial, “guerreiro”. Por trás de cada palavra, a necessidade de legitimar a ação policial e dar noção de grandeza aos fatos. A imprensa e a sociedade aceitaram e assimilaram o discurso, como provam cartas de agradecimento dos moradores aos “heróis” da polícia, divulgadas pelos meios de comunicação. 

Apesar de eventuais exageros, especialistas em análise do discurso veem fundamento nas falas. “A grandeza dos fatos reflete no discurso. Não se trata de retórica vazia”, afirma o professor do Instituto de Letras da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Helênio de Oliveira. “A população perdoa qualquer hipérbole, pois há fatos verídicos. A guerra significa: estamos aqui para matar ou morrer.”
Para a doutora em Língua Portuguesa Aparecida Regina Borges, professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), a narrativa sobre os conflitos no Rio revela-se uma grande metáfora de guerra. Em uma linguagem comum a conflitos internacionais, o governo fluminense tenta justificar sua linha de ação. 

“A mensagem que as autoridades passam o tempo todo é de um estado de guerra, em que as ações não são de ataque, mas de revide a um ataque sofrido anteriormente. O noticiário reproduz o discurso das autoridades, no mesmo tom de heroísmo e vitória”, afirma a professora. “Além de dar relevo aos fatos, o discurso legitima o trabalho da polícia, como se eles dissessem o tempo todo: ‘estamos fazendo isso porque a população pediu’.”

Reação - A sociedade tem dado respostas positivas ao discurso oficial. No dia em que as forças policiais tomaram a Vila Cruzeiro a primeira reação dos moradores da região foi estender, de forma voluntária, lençóis brancos nas janelas. “O significado disso é ‘estamos com vocês, pela paz’”, analisa Helênio de Oliveira. A palavra e a cor branca foram usadas também nos dias seguintes para manifestar aprovação ao trabalho do estado. (Freitas, 2010 – Veja-Abril)

Imagem: http://www.google.com.br/search?tbm=isch&hl=pt-BR&source=hp&biw=1024&bih=614&q=trafego+de+drogas+no+rio&btnG=Pesquisar+imagens&gbv=2&oq=trafego+de+drogas+no+rio&aq=f&aqi=&aql=&gs_sm=s&gs_upl=1920l6476l0l8424l24l23l0l13l13l2l445l2422l2.3.1.2.2l10l0

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