Hoje parei para pensar…
O que ainda pode me faltar?
A sopa quente em noites frias…
Um corpo quente para amar.
E meus pensamentos voaram tão alto
Que se perderam na imensidão…
E quando pousei…
Sequer encontrei o chão.
Bati em muitas portas,
Chorei lágrimas de fome,
Vivi toda a tristeza…
Que corrói e nos consome.
Senti a boca secar…
E meu corpo tremer…
A fragilidade de uma criança…
Neste corpo cansado de viver.
Até que os tombos roeram os meus joelhos…
Nem para chorar,
Conseguia dobrar-me.
Minhas décadas se multiplicaram.
E as marcas no meu rosto,
Salientavam o desgosto…
Quando em determinado momento,
Uma mão levantou-me do sofrimento…
E tomou-me nos braços…
E adormeci…
Quando acordei num leito de hospital…
A luz da manhã aplaudiu-me de mansinho,
Senti que a vida ainda me acompanhava.
E foi num sopro de vida…
Que uma mão ao me amparar,
Devolveu aos meus pés nus…
As forças para caminhar!
Autora: Silvia Trevisani
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