A poesia na sala de aula

A poesia é a fala do coração. Use-a para aproximar-se do seu aluno e ajudá-lo a desenvolver o gosto e o prazer pela leitura.
A conquista nasce de um carinho, de um toque, de uma palavra certa na hora certa.
Não desperdice oportunidades. Se for preciso, crie, invente... Deixe a imaginação voar livremente.


"Sei que meu trabalho é uma gota no oceano, mas sem ele, o oceano seria menor ". Madre Teresa de Calcutá.

“Educar é como dirigir em uma estrada cheia de curvas, exige atenção redobrada, pois, à medida que avançamos, um pouco mais nos é revelado". Silvia Trevisani

"Toda mudança começa primeiro em nós".

domingo, 16 de outubro de 2011

Noivos em ritmo de copa

Noivos em ritmo de copa





Imagem: http://www.fairtrade.com.b

Num dia qualquer de janeiro de 1986, sentados na poltrona preta na paróquia de Santa Teresa, o casal aguardava com ansiedade a chegada do padre.
- Boa tarde meus filhos, em que posso ajudá-los? Perguntou o padre com duas rugas na testa.
- Estamos aqui, padre, para marcar o dia do nosso casamento! Respondeu o noivo tropeçando nas palavras.
O padre coçou a cabeça, resmungou algumas palavras e tirou da gaveta um livro enorme de capa preta, abriu e perguntou ao casal se tinham preferência do dia e do mês do evento.
- Sim. Respondeu prontamente a moça. – Qualquer sábado livre do mês de maio deste ano, padre.
O sacerdote olhou minuciosamente o livro e voltou-se para o casal:
- Maio está totalmente preenchido…Só tenho dia 21 de junho livre! Antecipou-se.
O casal trocou olhares de reprovação, mas afinal era só mais um mês, que diferença isso faria.
- Tudo bem, padre! Pode reservar este dia para nós, 21 de junho de 1986 – ano da Copa do Mundo – O país inteiro estava em festa.
O Brasil fez uma bela campanha e foi se classificando até que chegou as quartas de finais. Uma grande partida: Brasil x França. O jogo foi marcado para o dia 21/6/1986, às 16h. Os noivos entraram em pânico, não podiam imaginar que isso pudesse acontecer, mas fatidicamente aconteceu! A quarta de final da Copa do Mundo e o casamento deles seriam no mesmo dia e quase no mesmo horário. E agora? A noiva nem conseguia dormir direito e o noivo não se conformava de perder justo aquele jogo.
Finalmente, chegou o grande dia. A noiva se ajeitava aqui e o time do mestre Telê Santana se preparava de lá. Com certeza seria um grande duelo.
A noiva precisava de um salão de beleza, um motorista, alguém que entrasse com ela na igreja, um noivo e um padre. E o Brasil só precisava ganhar a partida.
A cabeleira atrasou mais de meia hora para arrumá-la, e a cada tentativa de gol, a moça era jogada de lado, afinal todos queriam torcer ganhar a partida.
Que tristeza! Aquele dia seria realmente inesquecível.
Depois de muito corre-corre, finalmente, a noiva chegou à igreja. O noivo chegou no altar e a igreja estava lotada… de mulheres. Por que será?
Nem o pai da noiva conseguiu chegar no horário…
Lá fora, estampido dos fogos, parecia mais com uma noite de São João.
O padre, o noivo e os padrinhos compartilhavam discretamente um recadinho de pilha no altar da igreja.
- Oh! Que tristeza… A noiva chorava…
Finalmente, o jogo acabou e o Brasil não conseguiu se classificar para a semifinal. Zico perdeu um gol de pênaltis e a noiva perdeu o encanto…
E os homens foram aparecendo um a um, como que por magia. E o grito ficou na garganta, até hoje. Imagino!
Crônica escrita por Silvia Trevisani – Correio Popular – Qui, 24/06/2010

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