“UMA CARTA PARA CLARICE”

Momento de saudade...

Saudosa Clarice, Se você estivesse presente, ficaria deslumbrada, com o lirismo que tomou conta de mim. Sua alma deve fazer parte dessa nuvem de poesia que acorrenta os meus dias. Quando decidiu-se por se afastar da inflexão intimista que caracterizava a sua escrita e desafiou a realidade, conseguiu com isso concretizar "A hora da estrela". Violou as leis do mundo, Criou seu próprio pensar. Viajou no seu profundo... E encontrou o que é amar. Foi numa viagem sem volta, Que encontrou com o seu "eu", Disse: “Eu escrevo sem esperança de que o que escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro...” Não imagina como suas palavras desabrocharam. Assisti uma apresentação em sua homenagem, e quando debrucei meu olhar na magia do ator, constatei lágrimas cristalinas deslizarem em sua face, quando interpretou “Quero escrever o borrão vermelho de sangue”. Emoção pura... Você é eterna!  de Silvia Trevisani